A gente quando é criança aprende aquilo que vê Meu pai era boiadeiro eu também queria ser Com sete anos de idade já comecei aprender Laçando algum bezerrinho na hora de recolher Cheio de satisfação escutei meu pai dizer Que este menino a cavalo vai ser o campeão do pealo No dia que ele crescer
Quando foi um certo dia a minha mãe teve ciúme Meu filho não lide mais, seu pai e os peões que se arrume Se você formar pra doutor um grande cargo assume Não fica um peão jogado nos campos e pelos batumes Vou te botar de castigo se acaso não se aprume Se um dia eu te ver jogado, seu pai vai ser o culpado Por não tirar seus costumes
Uma noite eu saí de casa varando sertão adentro Me ajustei com um boiadeiro por nome João Nascimento Fomos buscar uma boiada pras bandas de Livramento O boiadeiro dizia que eu era de bom talento Não falo por ser gabola e nem por convencimento Jogava o laço no escuro e notava o marruá seguro Pelo rangido dos tentos
Depois que eu saí de casa passou dez anos ou mais Eu fui buscar uma boiada lá no sertão de Goiás Quando eu cheguei no rio grande a enchente tava demais Ali tinha uma boiada com dez peões e capataz Quando o rio foi abaixando, que a balsa encostou no cais A boiada pulou na água e o peão nessa hora amarga Jogou seu burrão atrás
O burro estava cansado e não aguentou a correnteza O peão gritou por socorro eu acudi com destreza Fiz três rodilhas no laço, joguei com toda certeza Lacei pro meio do corpo, não sei se foi por proeza Ao trazer ele pra fora foi grande a minha surpresa O peão gritou surpreendido: me abrace, filho querido Você foi minha defesa
Compositores: Francisco Gottardi (Sulino) (SOCINPRO), Teddy Vieira Azevedo (Teddy Vieira) (UBC)Editor: Fortuna (UBC)Publicado em 2022 (13/Jul) e lançado em 2022 (22/Ago)ECAD verificado obra #14352 e fonograma #34165211 em 04/Abr/2024 com dados da UBEM